Recordar os
“tempos de escola” é algo prazeroso e que suscita boas lembranças. Desde que
iniciei minha jornada aos seis anos, não me desliguei da escola, de meus
estudos, o que favorece uma análise crítica e focada nas transformações que
ocorreram nesses anos. Lembro-me da inocência e do medo na Educação Infantil,
da desobediência e da acidez no Fundamental, da preguiça e do desleixo no Médio
e, mais recente, do esforço e desafios do Ensino Superior.
Chega a ser
clichê mencionar que a escola foi a responsável pela minha construção como
indivíduo crítico e ativo na sociedade, porém, especialmente durante o ensino
fundamental, o objetivismo era a corrente psicológica adotada pelos
professores: fui vítima do “autoritarismo” de alguns professores; questionar
nem sempre era possível, e hoje percebo que isso desfalcou meu aprendizado e
prejudicou minha formação global. A reprovação era possível, e os alunos, por
conscientização ou medo, respeitavam o professor. Um método arcaico, mas que
funcionou bem quanto à aprendizagem dos conteúdos.
Ao analisar a
função da escola, hoje, com uma visão completamente diferente da de outrora,
percebo que a transmissão de valores éticos se tornou ainda mais importante e a
emancipação do aluno, numa perspectiva libertadora, tornou-se fundamental para
a inserção crítica na sociedade. Tais concepções se refletiram no meu curso de
licenciatura, onde as discussões, as pesquisas e os debates - fundamentos do criticismo
- possibilitaram a ação durante o processo e favoreceram a responsabilidade
para com o processo de ensino-aprendizagem.
Com base nas
experiências adquiridas e ciente de que um professor aprende sua profissão
enquanto aluno, na observância de seus educadores, acredito que diversas
características do objetivismo, até mesmo inconsciente, perduram na minha
prática, porém, busco um processo de ensino que valorize o desenvolvimento dos
alunos, que cause interesse e participação da parte deles, daí uma proposta crítico-libertador
na minha postura e gestão em sala de aula configurada por práticas pedagógicas
diferenciadas, valorização do aspecto lúdico, espaço para debates e discussões
e uso das novas tecnologias.